terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Volvo na era do Euro 5


Volvo na era do Euro 5
por Luiz  Humberto Monteiro Pereira 
Auto Press


Manaus/AM - A Volvo escolheu a capital amazonense para apresentar os modelos 2012 da linha F de pesados, que serão produzidos a partir de janeiro em sua fábrica de Curitiba. A marca sueca é a primeira fabricante de caminhões instalada no país a apresentar modelos dentro das normas europeias de emissões Euro 5. Essas normas, que aqui receberam a denominação Proconve P7, determinam uma redução de 60% nas emissões de óxidos de nitrogênio - NOx - e de 80% nas emissões de partículas comparadas aos modelos produzidos atualmente, que atendem o padrão Euro 3 - o Brasil optou por “pular” o padrão Euro 4. Tais normas serão obrigatórias para todos os caminhões produzidos no Brasil a partir de janeiro de 2012. As novas exigências sobre emissões serão atendidas pelos modelos FH, FM e FMX da linha 2012 da Volvo com o uso da tecnologia SCR - “selective catalytic reduction” ou redução catalítica seletiva. 

O SCR atua sobre os gases do escape para atingir os níveis de emissões impostos pela Euro 5. O sistema inclui um tanque para o aditivo ARLA 32 - Agente Redutor Líquido Automotivo a 32%, que na Europa recebe o nome de AdBlue -, uma bomba de sucção, uma unidade injetora e um catalisador. O ARLA 32 - uma solução de 32,5% de ureia em água desmineralizada – é injetado no sistema de escape por onde passam os gases provenientes do motor. 

A demanda da adição de ARLA 32 ao escape é monitorada pelo sistema eletrônico ODB - “on board diagnosis” ou diagnóstico a bordo. O ODB mantém o motorista atualizado sobre o funcionamento do SCR através de sinais luminosos e mensagens no painel, alertando também sobre quando houver necessidade de reposição do ARLA 32. Ao ser misturada aos gases do escape em altas temperaturas, a ureia se transforma em amônia. No catalisador, reage com o poluente óxido de nitrogênio, tranformando-os em inofensivos nitrogênio e vapor de água. Apenas uma pequena quantidade de NOx - dentro dos padrões Euro 5 - é liberada pelo escapamento, junto a um ligeiro odor de amônia. 

O ARLA 32 é um líquido estável, incolor, sem odor e, segundo a Volvo, completamente seguro. Seu consumo no sistema SCR equivale a 5% do consumo de diesel. A marca sueca justifica a adoção do SCR para o cumprimento da norma Euro 5 no Brasil pelo fato de já ter mais de 170 mil veículos vendidos em todo o mundo utilizando esse sistema, que consideram robusto e confiável, além de funcionar eficazmente em motores de alta potência, com melhor aproveitamento energético. Na Europa, os padrões de emissões Euro 5 são aplicados desde 2009 e irão vigorar até 2013, quando entra em vigor o Euro 6, ainda mais rigoroso em relação às emissões. 

De acordo com a Volvo, o ARLA 32 será disponibilizado nos principais postos de combustível e em toda a rede de concessionários da marca, em bombonas de 20 litros, tambores de 200 litros e contendores de 1.000 litros. O preço ainda não está definido. O sistema SCR prevê - de acordo com as exigências do Euro 5/Proconve 7 - que os caminhões possam funcionar algum tempo sem o ARLA 32. Mas, após 48 horas com níveis de emissões acima do recomendável pela Euro 5, o torque do motor é gradativamente reduzido em até 40% e o motorista deve procurar uma concessionária para fazer o sistema voltar a funcionar corretamente. 

Todos os modelos Euro 5 deverão ser abastecidos apenas com o diesel S50, que terá reduzido teor de enxofre em relação ao diesel S500 atual - a Petrobras afirma que o novo combustível estará disponível a partir de janeiro de 2012. Os novos caminhões pesados Euro 5 da Volvo até rodam com o atual diesel S500, mas o nível de emissões fica comprometido e seu uso constante pode causar graves danos ao motor. A mesma tecnologia SCR será aplicada também aos modelos médios da Volvo, a linha VM 2012 Euro 5, que será apresentada em setembro. 

Na linha FH Euro 5 com motores de 13 litros, as potências foram aumentadas em 20 cv e agora existem opções de 420 cv, 460 cv, 500 cv e 540 cv. “Temos, mais uma vez, o caminhão mais potente do Brasil”, comemora Sergio Gomes, gerente de planejamento estratégico da Volvo do Brasil, referindo-se ao FH 540 Euro 5. Nos motores de 13 litros, os torques foram elevados em 5% e apresentam uma curva de torque mais plana e que começa em giros menores. Já os caminhões da linha FMX e FM com motor 11 litros também recebem a tecnologia SCR, mas mantêm a mesma potência e torque atuais. 

A caixa automatizada I-Shift - um opcional que já equipa mais de 70% dos modelos da linha F vendidos - foi reconfigurada para atender às novas potências e torques. Segundo a engenharia da marca sueca, a I-Shift em sua nova versão otimiza a performance de diesel em virtude da qualidade do diesel S50 e da tecnologia SCR. O sucesso que a caixa de câmbio automatizada da Volvo obteve no Brasil é atribuído ao bom desempenho que proporciona e à redução no consumo. “O diesel tem cerca de 50% de participação na planilha de custos do caminhão e a economia proporcionada pelo I-Shift é crucial para aumentar a rentabilidade do transportador”, explica Álvaro Menconcin, gerente de engenharia de vendas da Volvo. 

Outra novidade na linha FH 2012 Euro 5 é o novo eixo traseiro, sem redução nos cubos e com capacidade máxima de tração de 65 toneladas. O novo conjunto agora tem carcaça fundida e, segundo a Volvo, tem maior resistência e é 11 quilos mais leve que o anterior. A troca do óleo sintético do eixo pode ser estendida para até 400 mil quilômetros. A expectativa da marca é que a nova tecnologia SCR adequada às normas Euro 5 eleve o preço dos caminhões FH, FM e FMX em algo entre 10% e 12%. E esses valores podem se tornar ainda maiores caso o Governo cumpra a atual determinação de devolver em janeiro de 2012 a alíquota de 5% de IPI, que foi zerada na época da crise de 2009.

FONTE:motor Dream

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